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Ele se define como “um cara desorganizado a fim de viver a vida”; “um cara que não sabe dizer não”. Talvez o sim mais relevante de sua vida seja o do dia do casamento. Um casamento que mexeu com Encruzilhada do Sul. Uma cerimônia com ares místicos, envolvendo a cultura indiana. O local do evento foi a simbólica Fonte do Pedroso. No século passado, era lá onde Farrapos e cruzadores paravam para descanso e água fresca; um lugar lendário para a comunidade local. Às 22h do dia 22 de outubro de 2004: tudo pronto. As comidas, os trajes, a autoridade religiosa, os noivos, a decoração, a iluminação. Todos os ingredientes para um final feliz... Se não fosse um detalhe: o casamento era de mentirinha. Pura jogada de marketing.
Clauber Azambuja, o “Bié” realizava um evento em Bagé no ano de 2003, quando conheceu J. Cheverria. Os dois ficaram juntos durante algum tempo e pintou a idéia de fazer um casamento ao ar livre. O amigo Tuca Maya motivou o casal e complementou: “um casamento indiano”. Imediatamente partiram a Porto Alegre para comprar todos os ingredientes da cozinha indiana e itens do vestuário – e nem havia novela da Globo com essa temática.
Ano de 2004. Era começo do período eleitoral Clauber Bié era candidato a vereador pelo PTB. Não havia muito dinheiro disponível na campanha e tinha de se ter uma jogada que alavancasse a carreira política dele de um modo rápido e barato: “Imagina: a gente ganhou apoio do partido, com santinhos e tal. E se ganha a eleição com essa história do casamento?”, indaga ele. Tuca e Bié contataram a imprensa regional e a cerimônia tinha todos os indicativos de que seria um bom empurrão para a campanha.
Uma semana antes das eleições, Bié casou com J. Cheverria. Ao som de fogos de artifício, cerca de cem pessoas compareceram à Fonte do Pedroso. Entre elas, a sogra, que veio de Bagé acreditando que o casamento era real. Ela gostou da festa, mas nunca deu confiança a Bié. A “brincadeira” envolveu um padrinho de luxo, o atual prefeito e um fim de semana no Conceição Palace Hotel (com a sogra no mesmo quarto dos noivos). “Eu persuadi uma pessoa a casar comigo e ela – a noiva – me persuadiu a casar sério“, lembra Bié.
O casamento durou pouco. Cerca de meio ano. Só que nesse tempo, nasceu Gabriela Cheverria Azambja, o fruto real de um casamento de mentira. “A gente deu uma namoradinha. E foi aí que veio a minha filha”, sorri Bié. A consequência inesperada do casamento prolongou a convivência entre Bié e Cheverria por mais meio ano. Clauber Azambuja seria um vereador que desenvolveria projetos na área da assistência social. Sim. Seria. Porque a armação do casamento como forma de marketing político não deu certo. Aliás, nenhum pouco. Foram apenas 23 votos para o candidato petebista.
UMA VIDA DE SINS – O encruzilhadense Clauber Azambuja nasceu em 1979. Desde a adolescência, o sim sempre ditou sua vida. Definitivamente, ele não sabe dizer não. Além do casamento frustrado, Bié disse sim para muitas outras circunstâncias inusitadas que a vida lhe apresentou. Bastava um telefonema de uma cidade distante e Bié largava o que tivesse fazendo e assumia um novo compromisso:
1995 – Clauber diz o sim mais perigoso: Sim às drogas. Segundo Bié, o único sim de que ele se arrependeu até agora. Ele garante que hoje vive sem drogas.
1997 – Bié vai a São Paulo de bicicleta em busca de patrocínio. O Banco do Brasil disse sim e ele parte de Encruzilhada em janeiro. Ganhava cerca de R$100,00 por semana para divulgar a marca do banco.
1998 – Bié decide dizer sim a uma outra viagem de bicicleta: de Encruzilhada ao Rio de Janeiro. Para ser batizado por nada menos que João Paulo II, na visita dele ao Brasil. Em outubro, o ciclista chegou ao Rio, mas a falta de logística frustrou a tentativa.
1999 – Convite para fazer parte do Mundo Coca-Cola. Uma produtora de gincanas escolares. Bié disse sim e viaja pelo Estado organizando competições.
2000 – O ciclista diz mais um sim. Desta vez, de solidariedade. Muda-se para Santana do Livramento e pedala 24 horas ininterruptas no centro daquela cidade para arrecadar alimentos para crianças carentes.
2001 – Sim ao retorno à Terra Natal. Bié volta a Encruzilhada do Sul depois de dois anos fora.
2002 – Convite dos irmãos para trabalhar no Uruguai. Sim! Cursos de cabeleireiro, pedaladas, músicas...
2004 – O mais simbólico sim. Bié casa-se com J. Cheverria
2005 – Bié trabalha como narrador de corridas automobilísticas em Santa Cruz do Sul
2008 – Juvêncio Silva diz sim a Bié. O empresário abre as portas da fazenda, onde Clauber “Bié” o assessora.
2009 – Durante uma vida inteira de sins, Clauber já compôs mais de duzentas músicas e, se ganhasse na Mega-Sena, diria um sim à produção musical.
Tem cada uma em encruzilhada que nem imaginamos!
ResponderExcluirahahah
Édison Pedroso
Caxias do sul - RS
Buteco sem uma desavença não é buteco hahah...
ResponderExcluirFábio
Santa Cruz do Sul
O Bié era uma figura mesmo.
ResponderExcluirera???? ainda é!!!
ResponderExcluirExistem outras versões sobre ele .........e sobre essa história tb...
ResponderExcluirSim.... o Bié é multi versões
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