terça-feira, 24 de maio de 2011

A PSICOLOGIA DA GELADEIRA E DO REFRIGERANTE

Preciso comprar uma geladeira nova. A minha está mais para usina de energia do que para geladeira. Barulho pouco é bobagem. Parece aquelas geladeiras antigas. Falando nisso, esse eletrodoméstico me remete à infância. Quando eu era guri, a minha referência para me tornar adulto era ser maior que a geladeira.

Quando alcancei a altura do congelador, pensei: "agora falta alguns centímetros pra eu ser atulto". Para minha decepção, as geladeiras ficaram cada vez mais altas. Quando finalmente consegui ultrapassar a altura da Cônsul azul, veio outra mais alta. Que coisa! Parece que um sonho foi ceifado!

A mesma coisa acontecia com o refrigerante: "o dia que eu coseguir servir o refrigerante com uma mão só, vai ser a fronteira entre a infância e a vida adulta". Até treinava com uma garrafinha KS, imaginado ser um litro grande (naquele tempo, eram garrafas de vidro, de 1 litro apenas). Para minha decepção, de novo, as garrafas de refrigerante estão cada vez maiores e mais difíceis de servir com uma mão. Já tem Pepsi de 3,3 litros (daqui uns dias vem refri em caminhão pipa!).

As geladeiras e os refrigerantes gigantes me impediram de ser um adulto completamente realizado. Mexeram com a minha auto-estima . Uma coisa muito séria, um trauma da infância provocado pela ganância dos fabricantes. Tive de fazer um tratamento com um psicólogo pra recuperar meu EU original. Sabe o que ele sugeriu? "Compre um frigobar e ponha garrafinhas KS de refri. Afinal, você tem que deixar claro quem manda em casa".

Tá certo!