sábado, 17 de julho de 2010

FAZENDO ARTE ATRÁS DA PORTA

Quando era aluno de Comunicação Social/Jornalismo, da Unisc, fui encarregado de fazer uma crônica para compor o Unicom (Jornal experimental do curso). Logo abaixo, está ela. Fala sobre as peripécias que acontecem nos banheiros masculinos (e talvez femininos) da Universidade de Santa Cruz do Sul. É por causa de situações como essa que tenho saudade do termo "estudante". Boas risadas!


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Alguém já leu o que tem escrito atrás das portas dos banheiros masculinos da Unisc? Tem de tudo! Lista de meninas, pornografia, (anti) alusão às drogas e ao Nazismo... e por aí vai! Tem até jogo interativo. Algum usuário desenhou o “sustenido” do jogo da velha e marcou a primeira jogada (foi importante a sinceridade do primeiro jogador). Em seguida, outro, de necessidades mais demoradas, marca a segunda jogada. A competição segue e, por pura sorte, só o vencedor sabe que venceu.

A parte interna das portas dos banheiros do curso de Comunicação Social causa risos incontroláveis. Outro dia, estava usando o banheiro do bloco 12. Depois de ler várias manifestações de pensamento, vi uma frase bem pequena lá em cima, no alto da porta. Forcei a vista, mas não consegui ler. Pensei em levantar, mas desisti (isso se mostraria mais tarde uma ótima idéia). Depois do “serviço” feito resolvi conferir o que havia escrito lá: “Se você está lendo isso AQUI, senta que ta c... fora do vaso”.

A “arte” atrás das portas dos banheiros começou a me despertar mais curiosidades. Um belo dia fui ao banheiro da Biblioteca Central. Lá, ao que parece, não poderia ter tanta bobagem atrás das portas. Afinal, é um ambiente intelectual, de estudo. Mero engano. Lá se encontram as mais engraçadas traquinagens. Um usuário não teve paciência para riscar a madeira dura da porta e foi mais prático (e criativo). Colou um adesivo atrás da segunda porta com o seguinte dizer: “Não força senão estoura a hemorróida”.

Quando precisei usar novamente o banheiro da Biblio, procurei variar de porta. Quando a vontade não era tão urgente, me excursionava a outros WC’s do Campus. Naquele do Centro de Convivência, há uma ótima: “A maconha causa ‘perca’ de memória e outras coisas que eu já esqueci”. O erro de grafia causou comentários calorosos logo abaixo, difamando o maconheiro semi-analfabeto. Encerrando a discussão, a seguinte frase é categórica: “Shhh.... silêncio! Tô fazendo cocô!!!”

Um dia, passava pelo bloco 1 e a necessidade fisiológica se manifestou. Logo pensei: “Hoje tem frases novas. Ainda não vi que há por trás das portas desse banheiro”. Entrei na primeira porta. Estava desafivelando o cinto, quando olhei pra parte interna na porta. Não havia nada escrito. Decepcionei-me. Afivelei o cinto novamente e me dirigi aleatoriamente à última porta. Não havia vaso, era um espaço com chuveiro, próprio para banho. Havia somente mais uma porta.

Será que o pessoal daquele bloco seria mais civilizado que o restante da Unisc? Será que aquele seria um banheiro sem “arte” atrás das portas? Bom, a necessidade fisiológica deu sinal que não havia muito tempo disponível e entrei na porta do meio. Ao desafivelar o cinto pela segunda vez, o olhar para a porta foi automático. Lá também não havia nada escrito, mas tinha algo ainda pior. Três borrões marrons. Rastros de dedos. Que horror! Definitivamente, o bloco 1 não é o mais civilizado da universidade! Prefiro o jogo da velha.

Um comentário:

  1. Essa éé booa, arte atrás da porta é tradição. Banheiros de colégios e universidades não seriam os mesmos sem ela.

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